sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O livro b

A caber nas mãos.
O marginal, o diminuído, o escondido, o ternurento e pequeno..., o livro b.
Tendencialmente, e de modo simplificado, o livro de bolso (de ora em diante livro b) tornou-se, por vezes e redutoramente, uma miniaturização do livro. Raramente existindo por si só, sendo antes um "parente pequeno" (e, infelizmente, pobre) do Livro. No entanto, as possibilidades gráficas e a portabilidade deste objecto tornam-o um desafio à composição e aos equilíbrios de texto. Num prolongamento físico do leitor, sem estar confinado a uma mesa... A proximidade e intimidade. A sua escala e hierarquias podem ser (são) outras pois o livro b está "fisicamente" mais próximo do seu leitor (marginalmente mais seu?). A interacção física com o objecto é muito mais intensa (poder-se-á dizer que é um formato mais envolvente -ou envolvido- de livro...). Até as margens de descanso são outras literal e figuradamente (se temos de pensar nos dedos sobre o livro mantendo as páginas abertas, também este se encontra muito mais perto do olhar, diminuindo, assim, o corpo tipográfico e a necessidade de margens de descanso extensas e largas, onde se faz a "ancoragem" da linha seguinte.).
Finalmente, consequentemente ou como primeira razão de existência, este livro é mais económico o que o aproxima ainda mais do leitor (de mais leitores).

O livro b é um objecto (É mais objecto!), que poderá ser apenas a miniaturização do seu nobre irmão de peso (e este sentido de desprestígio tem-no condenado ao pouco sucesso comercial, ironicamente) ou um companheiro de viagem, acessível, ergonómico, íntimo e um desafio em querer conter todos os conteúdos necessários. Mais concentrado (juntar água?), compacto, possuível. Do tamanho de uma playstation.

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