sexta-feira, 9 de outubro de 2009

I - Artistas de Bolso…

O nome de uma actividade não pode ser sempre tido como a mais directa designação. Pelo contrário, em particular quando lidamos com o que pode ser designado por Património Cultural, as mais das vezes, os nomes são um complexo integrado de referências. Também aqui o notamos. Poderia não soar como dignificante o apelidar alguém de “artista de bolso”, muito em linha com um eventual “artista de pacotilha” ou “artista de meia-tijela”. Pois bem, não é isso que dizemos. Trata-se antes de afirmar que aos artistas, de obra plena e configurações mais tradicionais – quer em suporte, quer em impacto – outras valências podem ser atribuídas. A questão está (a haver questão, de todo) no facto de para lá dessa consagração em Museu ou Galeria, haver obras de valor e qualidade, noutros lugares.

Encontramo-nos perante um conjunto de objectos comuns, corriqueiros quase. A palavra que melhor lhes assenta é: quotidianos. Os livros dos dias. De todos os dias para, ao menos, algumas gerações de leitores. O passo seguinte, supostos os livros e os artistas – diga-se que, plásticos – é o de ver que livros. Livros portugueses; editados em Portugal e não sempre. Queremos olhar e possibilitar olhares quanto aos livros do século XX, transacto momento de expansão literária e editorial. A quantidade traduziu-se na multiplicação da qualidade mas e muito em particular, na dispersão dos títulos e dos apelos à leitura. Um dos casos mais claros foi o da criação de colecções destinadas a públicos para quem a (anterior) costumeira e “romântica” encadernação em couro não fazia falta, por assim dizer. O preço acompanhando essa nova situação.

Encontramos as séries populares, os livros de bolso e afins. Baratos, ou mais baratos e, acessíveis a muitos mais. Deu-se a criação de novos públicos e a divulgação de autores. Para estes livros, por norma de pequenos formatos, estatuiu-se que o conteúdo se bastava com auxílio, ou, preferencialmente com ele. Como? Dando imagem…

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